A ansiedade de separação em cães é uma das dificuldades comportamentais mais relatadas por tutores, podendo gerar desde comportamentos destrutivos até sofrimento físico.
Por isso, entender como lidar com o problema é essencial para garantir bem-estar ao pet e tranquilidade à família.
O que é a ansiedade de separação em cães?
Em primeiro lugar, é importante compreender que a ansiedade de separação em cães não se resume à simples tristeza quando o tutor sai de casa.
Trata-se de um distúrbio comportamental que provoca intenso desconforto, desencadeando sinais como:
- latidos ou uivos incessantes;
- destruição de móveis e objetos;
- tentativas de fuga;
- eliminação de fezes e urina em locais inadequados.
Embora nem todos os casos sejam graves, identificar o problema precocemente é crucial, já que muitos tutores acabam ignorando sinais sutis de estresse.

Por que a ansiedade de separação em cães acontece?
Existem diferentes fatores que podem desencadear esse distúrbio. Entre os mais comuns, destacam-se:
- Mudanças na rotina – como mudança de casa ou novos horários de trabalho;
- Adoção recente – cães que já sofreram abandono tendem a ser mais sensíveis;
- Hiperapego – quando o pet nunca aprendeu a ficar sozinho;
- Falta de socialização – animais pouco expostos a estímulos podem se estressar facilmente.
Assim, identificar a causa principal é o primeiro passo para escolher o tratamento mais adequado.
Como tratar a ansiedade de separação em cães
Embora o problema seja desafiador, existem diversas estratégias eficazes para reduzir o sofrimento do animal.
1. Desensibilização progressiva
Essa técnica consiste em acostumar o cão, pouco a pouco, com a ausência do tutor. Para isso, recomenda-se:
- iniciar com saídas curtas de apenas alguns minutos;
- retornar antes que o cão entre em pânico;
- aumentar gradualmente o tempo fora de casa;
- manter saídas e chegadas discretas, sem exagerar nas despedidas.
Essa abordagem exige paciência, mas costuma trazer resultados duradouros.
2. Enriquecimento ambiental
Outra forma eficaz de lidar com a ansiedade de separação em cães é oferecer distrações inteligentes.
Brinquedos recheáveis com petiscos, quebra-cabeças caninos, tapetes olfativos e até música ambiente ajudam o pet a se sentir mais seguro.
Quanto mais estímulos positivos, menor a chance de comportamentos destrutivos.
3. Rotina consistente
Cães se beneficiam de previsibilidade. Portanto, manter horários fixos para alimentação, passeios e descanso ajuda a reduzir a ansiedade. Mudanças bruscas, por outro lado, tendem a aumentar o estresse.
4. Evite punições
Muitos tutores, ao chegarem em casa e encontrarem bagunça, recorrem a broncas.
No entanto, a punição só agrava a situação, pois o cão associa o retorno do tutor a experiências negativas.
O ideal é recompensar momentos de calma e trabalhar comandos de relaxamento.

Quando buscar ajuda profissional
Se, mesmo aplicando as técnicas acima, os sintomas persistirem, o melhor caminho é procurar ajuda especializada.
Veterinários comportamentalistas podem prescrever medicamentos, enquanto adestradores positivos desenvolvem planos de treinamento personalizados.
Em casos específicos, terapias alternativas — como feromônios sintéticos, florais ou suplementos naturais — podem auxiliar, desde que com acompanhamento profissional.
Ansiedade de separação em cães idosos
Vale destacar que cães mais velhos também podem desenvolver esse distúrbio, muitas vezes associado à disfunção cognitiva.
Para eles, além das estratégias já citadas, é fundamental adaptar o ambiente, garantindo fácil acesso à comida, água e locais de descanso confortáveis.
Considerações finais
Em resumo, a ansiedade de separação em cães é um problema comum, mas totalmente tratável com paciência, consistência e, quando necessário, auxílio profissional.
Lembre-se: nunca adote outro animal apenas como “cura imediata”, pois isso pode trazer novos desafios.
Com amor, dedicação e as técnicas corretas, seu pet aprenderá a lidar melhor com a solidão e terá uma vida mais equilibrada e feliz.
FAQ – Ansiedade de Separação em Cães
Como saber se meu cão tem ansiedade de separação?
Os sinais mais comuns são latidos excessivos, destruição de objetos, tentativas de fuga e eliminação de fezes ou urina em locais inadequados logo após a saída do tutor.
Todo cão que fica sozinho sofre de ansiedade de separação?
Não. Alguns cães ficam entediados, mas não necessariamente ansiosos. A diferença é que na ansiedade de separação os comportamentos vêm acompanhados de sofrimento intenso e repetido.
Quanto tempo leva para tratar a ansiedade de separação em cães?
Depende da gravidade e da resposta do pet às técnicas utilizadas. Em casos leves, algumas semanas podem trazer melhora; já nos mais graves, o processo pode levar meses e exigir apoio profissional.
Adotar outro animal resolve o problema?
Na maioria das vezes, não. A ansiedade está ligada ao vínculo com o tutor, e não à ausência de outros animais. A adoção deve ser feita por amor e planejamento, nunca como “cura rápida”.
É recomendado medicar cães com ansiedade de separação?
Em casos graves, o veterinário comportamentalista pode prescrever medicamentos para auxiliar no tratamento. No entanto, eles devem ser sempre associados a técnicas de treinamento e enriquecimento ambiental.
Cães idosos também podem desenvolver ansiedade de separação?
Sim. O distúrbio pode surgir na velhice, muitas vezes associado à disfunção cognitiva. Nesses casos, adaptar o ambiente e manter rotinas previsíveis é fundamental.
Posso deixar música ou TV ligada para ajudar?
Sim. Sons ambientes podem reduzir a sensação de solidão, funcionando como estímulo positivo e ajudando a acalmar alguns cães.
Fontes
- ASPCA. Dog Behavior Problems – Separation Anxiety. Disponível em: https://www.aspca.org/pet-care/dog-care/common-dog-behavior-issues/separation-anxiety
- RSPCA
- Cão Cidadão. Dicas sobre ansiedade de separação. Disponível em: https://caocidadao.com.br/
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