A leishmaniose é uma das doenças parasitárias mais preocupantes do Brasil e, infelizmente, ainda pouco compreendida pela maior parte da população. Causada por protozoários do gênero Leishmania e transmitida por mosquitos conhecidos popularmente como mosquito-palha, birigui ou cangalhinha, essa enfermidade pode afetar tanto os seres humanos quanto os animais, principalmente os cães.
Embora muitas pessoas nunca tenham ouvido falar sobre ela em detalhes, a leishmaniose representa um sério desafio de saúde pública e merece toda a nossa atenção.
Ao longo deste artigo, vamos analisar profundamente o que é a doença, quais são suas principais manifestações, como ocorre a transmissão, quais estratégias podem ser utilizadas para a prevenção e quais são os tratamentos disponíveis. Assim, você terá um guia completo e confiável para proteger sua família e seus animais de estimação contra os riscos da leishmaniose.

O que é a leishmaniose e como ela surge
Para começar, é importante compreender exatamente o que é a leishmaniose. Essa doença infecciosa é provocada pela picada de mosquitos flebotomíneos, que transmitem o protozoário causador da infecção.
Existem diferentes formas da enfermidade, sendo as mais conhecidas a leishmaniose visceral, que atinge órgãos internos como fígado, baço e medula óssea, e a leishmaniose cutânea, que se manifesta por meio de feridas e lesões na pele.
Embora ambas sejam perigosas, a visceral costuma ser mais grave, podendo até levar ao óbito se não houver tratamento adequado. A cutânea, por sua vez, embora menos letal, pode gerar cicatrizes permanentes, comprometendo a qualidade de vida da pessoa infectada.
Por que a leishmaniose é um problema crescente no Brasil
A leishmaniose não é uma doença nova, mas sua incidência vem aumentando significativamente em várias regiões do Brasil. Isso acontece porque o mosquito transmissor encontra condições favoráveis para sua reprodução em áreas de desmatamento, regiões urbanas mal planejadas e locais com acúmulo de lixo e matéria orgânica.
Além disso, o aumento do contato entre seres humanos, animais domésticos e ambientes silvestres facilita ainda mais a disseminação da doença.
É por isso que os órgãos de saúde consideram a leishmaniose um problema de saúde pública: seu controle exige não apenas cuidados individuais, mas também políticas de saneamento, campanhas de conscientização e monitoramento constante dos casos.

Sintomas da leishmaniose em humanos
Os sintomas da leishmaniose podem variar bastante dependendo da forma da doença. Na visceral, também conhecida como calazar, os sinais mais comuns incluem:
- Febre prolongada, muitas vezes de difícil controle;
- Perda de peso significativa;
- Fadiga extrema;
- Aumento do fígado e do baço;
- Palidez causada por anemia;
- Infecções recorrentes devido à baixa imunidade.
Já na leishmaniose cutânea, os sintomas são mais visíveis, manifestando-se principalmente por feridas e úlceras na pele que demoram muito a cicatrizar. Essas lesões podem começar como pequenos nódulos, mas, com o tempo, evoluem para feridas abertas que causam dor, desconforto e, muitas vezes, deixam marcas permanentes.
Sintomas da leishmaniose em animais
Entre os animais domésticos, especialmente os cães, a leishmaniose também é devastadora. Os principais sinais incluem:
- Perda de peso progressiva, mesmo com boa alimentação;
- Queda acentuada de pelos, principalmente ao redor dos olhos e orelhas;
- Feridas na pele que não cicatrizam;
- Crescimento anormal das unhas;
- Problemas oculares, como inflamação e cegueira parcial;
- Apatia e fraqueza geral.
Quando esses sintomas aparecem, é essencial procurar atendimento veterinário imediato. Quanto antes a leishmaniose for diagnosticada, maiores são as chances de controle da doença e de qualidade de vida para o animal.

Como ocorre a transmissão da leishmaniose
A transmissão da leishmaniose se dá pela picada do mosquito-palha infectado. Ele se contamina ao picar um hospedeiro doente, seja humano ou animal, e depois transmite o parasita a outro indivíduo saudável.
Importante destacar que a doença não é transmitida diretamente de pessoa para pessoa, nem de animal para humano sem a participação do mosquito vetor.
Entretanto, cães infectados funcionam como reservatórios do parasita, o que aumenta a probabilidade de o mosquito se tornar transmissor. Por isso, proteger os pets é também proteger as pessoas ao redor.
Prevenção: como evitar a leishmaniose
A prevenção é sempre a melhor arma contra essa doença. E, felizmente, existem diversas medidas que podem ser adotadas no dia a dia para reduzir os riscos.
Para os humanos:
- Usar repelentes regularmente, principalmente em áreas de risco;
- Manter telas de proteção em portas e janelas;
- Utilizar mosquiteiros durante a noite;
- Evitar acúmulo de lixo e matéria orgânica próxima às residências.
Para os animais:
- Utilizar coleiras repelentes específicas contra o mosquito transmissor;
- Evitar que os pets fiquem ao ar livre durante o entardecer e a noite, horários de maior atividade do mosquito;
- Manter consultas veterinárias regulares para diagnóstico precoce;
- Aplicar vacinas contra a leishmaniose, quando recomendadas.
Com a combinação dessas práticas, é possível reduzir de forma significativa as chances de infecção.

Tratamento da leishmaniose: quais são as opções
Quando a doença é diagnosticada, o tratamento deve ser iniciado o mais rapidamente possível. Nos seres humanos, medicamentos como antimoniais e anfotericina B são os mais utilizados, sempre sob prescrição médica.
O acompanhamento hospitalar pode ser necessário nos casos mais graves, principalmente para pacientes com comprometimento dos órgãos internos.
Nos animais, o tratamento da doença é um pouco diferente. Os veterinários costumam prescrever medicamentos específicos que reduzem a carga parasitária e controlam os sintomas, melhorando a qualidade de vida do pet.
No entanto, é importante compreender que a doença não tem cura definitiva nos cães, sendo considerada crônica. Isso significa que os animais tratados podem viver bem por muitos anos, mas sempre necessitarão de acompanhamento veterinário contínuo.
A importância da conscientização sobre a leishmaniose
Muitas pessoas ainda não entendem a gravidade da doença e, por isso, deixam de adotar medidas de prevenção ou procuram tratamento apenas em estágios avançados da doença. Campanhas educativas são fundamentais para mudar esse cenário, informando a população sobre os riscos e as formas de proteção.
Afinal, quanto mais cedo a doença é diagnosticada e tratada, maiores são as chances de recuperação e menores os riscos de complicações fatais.
Conclusão: juntos contra a leishmaniose
A leishmaniose é uma doença séria, que coloca em risco a saúde de pessoas e animais. No entanto, com informação de qualidade, prevenção adequada e cuidados médicos e veterinários, é possível reduzir consideravelmente os impactos dessa enfermidade.
Cuidar da higiene do ambiente, proteger os pets com coleiras e vacinas, além de utilizar repelentes e mosquiteiros, são passos fundamentais para manter a doença sob controle. Portanto, nunca subestime os sinais da doença. Se notar qualquer sintoma suspeito, procure atendimento imediato e siga as orientações profissionais.
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FAQ – Leishmaniose: principais dúvidas respondidas
FAQ – Leishmaniose
1. O que é leishmaniose?
2. Quais são os sintomas da leishmaniose em humanos?
Já a forma cutânea se manifesta com feridas e úlceras na pele que demoram a cicatrizar.
3. Quais são os sintomas da leishmaniose em cães?
4. Como a leishmaniose é transmitida?
5. A leishmaniose tem cura?
Já em cães, não há cura definitiva: o tratamento controla os sintomas e melhora a qualidade de vida, mas a doença é considerada crônica.
6. Como prevenir a leishmaniose em humanos?
7. Como prevenir a leishmaniose em cães?
8. A leishmaniose é contagiosa entre pessoas?
9. Onde a leishmaniose é mais comum no Brasil?
10. Quando procurar atendimento médico ou veterinário?
Em cães, qualquer sinal suspeito deve ser avaliado por um veterinário o quanto antes.